Se você já brincou de estúdio de som no seu micro, conhece o drama: arquivos de som são - pecazipe à parte - gigantescos. Uma faixa de CD de áudio, com três minutos de duração, gravada em estéreo, pode consumir até 50Mb de espaço em disco. Noutras palavras: é inadministrável!
Para resolver esse problema, o mesmo grupo de especialistas que desenvolveu o consagrado padrão de compressão de imagens JPEG resolveu usar toda sua expertise em cima dos incômodos WAVs, AUs e AIFFs e obteve resultados estupendos. O pacote chama-se MPEG Layer 3 e é capaz de reduzir em até 12 (!!!) vezes o tamanho de um arquivo sonoro, sem perda audível de qualidade.
Como funciona? Basicamente, o formato elimina do arquivo digital as redundâncias e as informações que não nos fazem falta, ou seja, aquelas filigranas sonoras que fogem à nossa sensibilidade auditiva. Resultado: ouvimos o mesmo som, mas expurgado daquilo que não faz diferença. Pronto, temos o MP3, como é mais conhecido no (sub)mundo pirata da Internet.
Piratas? Claro! Nerds, hackers, crackers, phreaks e toda sorte de techno-seres rapidamente entenderam o potencial da ferramenta e montaram uma rede internacional de escambo de músicas, onde a expressão copyright é motivo de... risos. Para se ter uma pálida (e bota pálida nisso!) idéia de como vai esse "negócio" na rede, as estimativas mais conservadoras chutam em cinco mil (!) o número de CDs de áudio que hoje trafega no ciberespaço sem pagar um mísero centavo de direitos autorais para seus donos.
Não requer prática nem habilidade
Mas não são só os piratas que usufruem dos benefícios do formato MP3. Como são arquivinhos pequenos, muita gente já lhes dedicou um espaço todo especial nos softwares de multimídia, video-conferências, rádio pela Internet, transmissões por satélite, sistemas de aviso para lugares públicos (como as mensagens nos aeroportos), etc.
Na verdade, o formato MP3 serve para o que se quiser. Ainda não é um formato famoso e disseminado por uma questão de tempo. No Japão, já há artistas que só gravam em MP3 e, nas discotecas do hemisfério norte, o formato já é largamente empregado. Disc-jóqueis da Europa e dos Estados Unidos estão montando noitadas de embalo com um som perfeito... totalmente gerado em MP3.
- Antes do MP3 eu usava fitas DAT, CD-ROMs e outras mídias para guardar as minhas montagens. Com o MP3, faço vários remixes para uma noite inteirinha consumindo, no máximo, 100, 150Mb! - atestou Sid Strepp, disc-jóquei em Hamburgo, em <alt.binaries.sound.mp3>, de longe o melhor newsgroup sobre o assunto.
Coisa profissional, você dirá... Que nada! Não apenas os arquivos MP3 estão na Internet, como também os conversores (que traduzem os arquivos WAV) e os players (aliás, muito bonitos) estão todos na rede, são simples de operar e - claro - gratuitos. Há vários mas o melhor deles é o Win AMP, cujo URL está aí embaixo. Por enquanto, apenas um problema: para gerar arquivos no formato MP3, você deve primeiro produzir um gigantesco WAV e depois fazer a conversão.
Mas não se assuste. Já há conversores com help,
tutorial e tudo mais. Para PCs e - aí turma das maçãs!
- para Macs.